E os nerds aproveitam: passam o dia inteiro jogando, baixando e acessando. Nos longuíssimos mesões que se estendem por toda a arena de eventos, os campuseiros plugam seus laptos e desktops. A diversidade dos modelos espanta: há desde os de design careta até os de gabinete em formato de personagem de HQ, com coolers que mais parecem ventiladores portáteis.
Carlo Pessa, de 19 anos, viajou por oito horas desde Curitiba para curtir o acampamento. Desmontou seu desktop, enfiou entre travesseiros - para proteger - no bagageiro de uma caravana de Ponta Grossa, também no Paraná, e veio. Mesmo após esperar por 12 horas na fila para entrar no evento na segunda-feira, estava satisfeitíssimo, jogando "Defense of the Ancients" e fazendo amigos.
O DC++, aliás, é uma das manias da feira. Trata-se de um programa open source para compartilhamento de arquivos entre usuários que usufruem de uma mesma rede. É como os demais softwares de P2P, só que mais reservado, o que proporciona mais rapidez na transferência de dados. Com o programa aliado à superrede da Campus Party, os campuseiros podiam baixar qualquer arquivo que seus colegas de feira desejassem disponibilizar em seus HDs com velocidade inatingível em programas de torrents por exemplo. Foi aberto um servidor específico para os participantes dentro do programa, o "geekpride" (orgulho geek).
Na terça-feira, a velocidade média para upload era de 11mb/s, e a de download, 3mb/s. Um CD de música em boa qualidade, por exemplo, poderia ser baixado em trinta segundos. E toda a discografia original dos Beatles, em menos de dez minutos. Não é à toa que milhares de campuseiros vieram munidos de HDs externos parrudos, tão essenciais na Campus Party quanto o tamanho das barracas. Mas havia também quem baixasse arquivos pelos torrents e links diretos, como RapidShare e 4Shared.